quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

"Quem ama Educa"



   Muitas pessoas que estavam preocupadas com o caso da  adolescente Débora Maranhês, de 15 anos, (saiba mais aqui ) ficaram surpresas quando a imprensa noticiou que o sequestro fora inventado. Após as contradições não baterem e levantarem suspeitas, a garota contou à Polícia Civil em depoimento na Delegacia de Vigilância Geral de João Monlevade, que saiu por vontade própria, fugindo de casa. Segundo a Polícia Militar, ela ainda teria uma carteira de identidade falsa, com nascimento em 1º de março de 1997, sendo a verdadeira data  de nascimento 1º de março de 2000. O documento fora encontrado pelos militares em um vaso sanitário. Graças a Deus, não foi nada grave, porém, quem vai recuperar as horas de agonia da mãe e o tempo que a polícia perdeu com mais um caso "inventado"? E as pessoas que realmente precisaram de ajuda (e não receberam) enquanto a polícia procurava a menina?
  Esse é apenas mais um exemplo da inconsequência desmedida da nova geração. Claro que inconsequência sempre existiu, teimosia é mais velho que andar para frente, como já dizia minha vó. A grande diferença é que antigamente as crianças aprendiam em casa a consequência de seus atos, vezes pelo castigo, vezes pela antiga palmada. Hoje os pais não podem mais "educar" à moda antiga. Na minha época (há pouco mais de 10 anos) nós entendíamos a bronca pelo olhar, pelo gesto e quando acontecia de virem as palmadas nós sabíamos sim porque apanhávamos, (hoje até damos razão aos nossos pais) e isso não gerou nenhum trauma, ao contrário, estabeleceu uma relação de respeito e hierarquia, enquanto hoje os filhos comandam os pais, ditam as regras da casa, os mandam "calar a boca" e tudo mais. Quem mais sofre com esse novo método de conversação (muita conversa e pouca ação) , são os professores/educadores, que convivem com casos de "invenção" todos os dias (vocês ficariam surpresos com as histórias que já presenciei). Difícil acreditar que crianças tão pequenas tenham tanta capacidade para criar histórias e por consequência, situações (a maioria envolvendo polícia e/ou conselho tutelar).
    Vale lembrar que como tudo na vida, deve-se ter equilíbrio e bom senso. Um filho não é propriedade dos pais para que eles façam o que bem entender, mas uma missão presenteada por Deus para que os conduza da melhor forma ao caminho do bem, com amor e respeito, primeiramente. Citando o saudoso sábio Içami Tiba "Quem ama educa". A verdade nua e crua, é que a correção virá, mais cedo ou mais tarde, ou pelos pais dada como prova de amor, ou pela vida (provavelmente pela polícia) como amostra grátis de dor. Faça sua escolha.

10 comentários:

  1. Realmente, a geração educada com palmadas está muito mais orientada na vida, enquanto a geração do diálogo está totalmente perdida. Agora só falta a família da Débora dar uma festa de boas vindas ou uma viagem como forma de amenizar os "momentos de sofrimento" vividos por ela. Agora é hora do impor limites, retirar celular, internet e com certeza ela não vai morrer se perder o direito aos cinemas com amigas, festinhas e outros mimos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Excelente! Realmente são palavras de educadora. As vezes todos saem e saímos da risca, mas é preciso esforço para andar na mesma.

      Excluir
  2. ela na quarta feira estava em seu facebook esbravejando contra a "imprensa sensacionalista", depois acho que alguem com juizo mandou que ela apagasse. Tenho filha na idade dela e deixa fazer coisa errada pra ver se o chinelo não come!

    ResponderExcluir
  3. Que belo texto! Lúcido! Infelizmente essa é a verdadeira situação das crianças/adolescentes dos dias de hoje.

    ResponderExcluir
  4. Parabéns por ter dito a mais plena verdade! Lembra da XUXA, a rainha dos baixinhos,uma mulher que é "exemplo" de conduta, lá em Brasília, lutando contra as palmadas? FODA!!!! Tenho um filho pequeno e tenho muito temor sobre o futuro dele nesta sociedade sem limites. DEUS nos ajude.

    ResponderExcluir
  5. Para impor limites, não é preciso bater. Uma conversa colocando de forma clara e firme as regras do jogo e um bom castigo quando as regras não são cumpridas, funcionam muito mais do que palmadas. O grande problema é que hoje os pais não se dedicam à educação dos filhos , a acompanhar a vida deles, dar amor e ao mesmo tempo cobrar responsabilidades. Passar a mão na cabeça do filho para redimir a culpa pela falta de dedicação e cuidado é o que mais acontece hoje em dia com os pais. Educar não é fácil, é um jogo de erros e acertos. Por isso acho que julgar as pessoas não é o melhor caminho. Mas uma coisa é certa: Nós, pais, nunca devemos abrir mão de impor limites aos filhos, de dizer não na hora certa. Por outro lado, também devemos estar atentos e procurar compreender as demandas deles e orientá-los sempre. com amor, carinho, respeito e firmeza. Sobre esse caso específico, prefiro não apontar o dedo, pois não conheço os verdadeiros motivos que levaram essa adolescente a agir assim.Talvez ela estivesse vivendo um profundo conflito existencial e não tenha encontrado na família o apoio necessário para resolvê-lo. A atitude dela mostra uma criança perdida, à procura de sim mesma, buscando sua identidade inclusive sexual e totalmente desamparada.

    ResponderExcluir
  6. Melhor texto para retratar as inconsequências juvenis, não há!!! Isto é perfeito!

    ResponderExcluir

Leia Também

Mais lidos