A crise se alastra quando a moça jovem finge estar dormindo para não ceder lugar ao idoso no ônibus, ou o motorista se nega a parar para o deficiente, quando um acidente é cometido sem socorro, quando um morador de rua é chutado e violentado por jovens e ninguém se mostra capaz de interceder pelo “condenado”. Ela cresce sempre que uma vendedora maltrata e seleciona seus clientes pela aparência, que um chefe abusa de seu poder, que a polícia se alia ao crime e venda de entorpecentes na favela. Ela se nutre daquele que se safa de uma multa de trânsito, do que não respeita filas, da que usa seu próximo como escada para o sucesso, dos que veem alguém passando necessidade e diz “não é problema meu”. Essa crise se reestabelece sempre que um professor é obrigado a “passar” um aluno despreparado, que um aluno desrespeita a hierarquia do professor e as regras que lhe são impostas e não existem consequências.
Enfim, não se sabe ao certo quando essa crise começou, nem quando, ou se ela vai acabar, muitos já a conhecem (a maioria a ignora), outros a chamam pelo seu apelido: “jeitinho brasileiro”.
A verdade nua e crua é que a população do país tem exigido de seus governantes algo que a muitos lhes faltam: honestidade e caráter.. Nós estamos passando muito tempo preocupando em “consertar nosso país” e esquecemos-nos de nos consertar para transformarmos nosso país em nação. O mundo até pode ser dos espertos, mas o paraíso, esse, só pertence aos honestos.
Scarleth Menezes
Nenhum comentário:
Postar um comentário