sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Just Dance!


   
   Hoje eu só vim aqui para dançar. Sabe aquele casal ali no canto?! Aquele com a menina de corpo perfeito e o rapaz de topete sorrindo para a foto?! Eu também já fui assim. Já vivi de aparências, já achei que precisava de alguém para me prenncher, tive medo de buscar o melhor e fiquei me contentando com o bom . Já amei alguém além de mim e acreditei em tudo que me diziam. Já dei ouvidos às críticas que me derrubaram e ignorei elogios construtivos. Desperdicei noites em baladas por achar que ficar em casa no sãbado é algo inadimissível. já comprei roupas caras para impressionar, gastei preciosas horas me pintando do que a sociedade esperava de mim e depois bebi até cair achando que só chegaria ao ápice da diversão sob o efeito do álcool.

  Agora vê aquela menina ali no canto, deslocada, de longe dá  para ver que ela só está aqui pelas amigas. Também já fiz isso, já fui gótica, rockeira, pagodeira, tudo para acompanhar a turma, para fazer parte de algo que eu nunca fui, que hoje eu sei que nunca serei. Eu sou uma pessoa normal, sabe. Já mandei indiretas no status do Facebook para ex-namorado, postei letras de músicas como recado enrustido e cheguei até a ponto de me arrumar só para postar uma foto e o boy achar que eu superei, com direito a hashtag #solteiranabalada no Instagram. Depois tirei tudo e fui dormir (adolescente faz cada coisa). Hoje eu não sou mais "a namorada", "a peguete", "a melhor amiga","a mais popular", "a CDF" da escola, "a mais top da balada", "a miss do bairro",, NADA DISSO. Agora eu sou apenas EU, sem rótulos, sem limitações. Fiz as pazes comigo mesma, ainda não cheguei no melhor que eu poderia ser, mas um dia eu chego lá . Tentei tanto ser definida por algo e alguém e me encontrei como sujeito indefinido (irônico, não!?). Eu me preenchi de mim mesma e quero alguém que apenas me transborde. Uma hora pinta, até lá eu me pinto. Não só com maquiagem, mas com amor-próprio. Não tem como amar alguém sem se amar primeiro. Para você tá bom assim?! Ah, não importa, para mim tá ótimo, aliás tá perfeito. O problema nunca foi a balada ou o mundo. Era só o mEU sujeito que estava oculto nas orAÇÕES que eu tentava me subordinar. 
     Agora aumenta o som porque eu vim aqui só para dançar e essa é uma das minhas músicas...

Scarleth Menezes   

3 comentários:

  1. Parabéns. Cheguei no seu texto através de um link que estava no UAI. Surpreendeu-me positivamente. Você escreve muito bem. LB.

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    1. Muito Obrigada LB. Fiquei muito feliz com a sua visita, obrigada por abrilhantar o Blog com seu comentário. Volte sempre.

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  2. Boa tarde. Também cheguei a seu blog através do mesmo link acima citado. Estou gostando muito dos textos. Está de Parabéns!

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