sábado, 1 de outubro de 2016

O sapato ideal

         
    
       
    Se você é mulher já deve ter se apaixonado perdidamente por um sapato e experimentado o "amor à primeira vista", a melhor sensação do mundo, confesso. A gente entra, prova e percebe que aquela maravilha é nosso número e cabe perfeitamente naquele look "baphônico" de sábado à noite. "Só pode ser o destino" a gente pensa, enquanto efetua a compra, sentindo-se a pessoa mais sortuda do mundo.
       O problema é que só dá para perceber que o "sapato deuso" machuca o pé quando está tocando nossa música preferida e a gente então prefere dançá-la, enquanto pedimos desesperadamente pela rasteira que mais uma vez ignoramos e trocamos pelo sapato aparentemente "feito para nós".  "Que burra que eu fui" pensamos, enquanto calculamos o prejuízo e percebemos que isso já aconteceu mil vezes antes, é como nossas amigas vivem nos dizendo "você não aprende". Voltamos para casa com bolhas nos pés, equilibrando no agora "sapato do arrependimento" e/ou descalça mesmo.
      E o que tem demais nisso tudo? Nada. Não fosse o fato de escolhermos da mesma forma nossos "boys magia", que depois se mostram meros ilusionistas com seus velhos truques de araque.  
Mas um dia, mesmo que por um instante, nós finalmente percebemos, não só que os sapatos "bonitos" não servem para dançar a noite toda (até porque isso a gente já sabia), ou que na verdade a Cinderela não perdeu o sapatinho de cristal coisa nenhuma. Mas que às vezes vale mais a pena dançar, tranquila, sozinha, sem par, apenas com aquela rasteirinha que fará os melhores passos pelo salão e isso levará o verdadeiro mágico a nos tirar para dançar. E aí nós dançaremos, bailaremos e descobriremos ritmos que sequer imaginávamos existir. E por aquela noite nós seremos apenas "nós". 
     E qual o problema disso? Nenhum, se não fosse o fato de que na próxima festa provavelmente nós vamos voltar a insistir naquele mesmo "sapato ideal" que nos machucou (e como) ,mas ficou no armário e combina perfeitamente com o próximo look de sábado a noite. Mas não se preocupe, tenho certeza que um dia a gente aprende.



Tath Menezes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leia Também

Mais lidos