sábado, 30 de janeiro de 2016

Que seja...


E que seja amor e não paixão,
felicidade e não alegria,
tempestade de inverno e não chuva de verão.
Que seja sonho e não devaneio,
instante e não momento.
Que seja fome e não tristeza,
morada e não visita.
Que seja verdade e não engano,
necessidade e não vontade.
Que seja fogo e não chama,
doce e não amargo.
Que seja realidade e não ilusão,
quente e não morno.
Que seja equilíbrio e não excesso
completude e não falta
Que seja menos "eu e você" e mais nós,
que seja o bastante, 
que seja escolha,
que se renove, 
não precisa ser para sempre
mas, se Deus permitir
Que seja!
Scarleth Menezes

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Você acredita em amor à primeira vista?

   
Era um dia normal, voltava do trabalho quando a vi. Nunca vira uma mulher tão linda, o misto perfeito de meiguice e ousadia. Sentada na mesa de um barzinho esperando algumas amigas, ela nem sabia que eu estava lá, seguindo cada passo que ela dava como jamais olhara ninguém antes, suspirando a cada gesto, sorriso e gole que ela dava no coquetel de frutas, seu preferido.
Mil e uma histórias passava-me pela cabeça quando aqueles cabelos negros passeavam pelos seus dedos, daria qualquer coisa para me enrolar naqueles cachos e me enroscar naquele par de pernas, qualquer chão viraria passarela em segundos com aquele andado malemolente. Após horas de deleite e apreciação daquela deusa grega eu já estava completamente apaixonado, ensaiando falas mentalmente de como poderia convidá-la para sair e fazendo planos com a futura mãe dos meus filhos. 
   Após um papo que julgaria divertido pela quantidade de risadas calorosas entre as damas, ela saiu do bar acompanhada de duas amigas, precisava ir falar como ela me deixara encantado, era agora ou nunca. Quando me aproximei, perdi o fôlego por alguns instantes, fiquei paralisado e só voltei quando escutei "Oi amor, o que faz aqui?" Era ela, a minha mulher! Mas como estava diferente, perfumada, e esse vestido justo evidenciando seu corpo perfeito diferente das blusas largas e justas que ela rouba do meu guarda roupa. Por um momento esqueci o quão aveludados seus lábios ficam nesse batom vermelho emoldurando seu doce sorriso. 
Inventei uma desculpa qualquer e voltamos juntos para nossa casa. Pelo resto da noite fiquei recordando e pensando nas muitas vezes que a olhara sem realmente ver a mulher que tinha ao lado. As vezes que permiti que o suor do dia a dia cobrisse o aroma do seu perfume, que esquecera o quanto aquele corpo perfeito ficava sexy embaixo da minha camisa velha e a criticava. E se alguém a enxergasse antes de mim?! Fiquei enciumado imaginando que ali poderia ter sido qualquer outro a se aproximar, a tentar roubar sua atenção. Agradeci a Deus e prometi cuidar melhor do meu presente, transformá-lo em futuro. 

Você acredita em amor à primeira vista? Eu acredito. E também em amor à segunda, terceira, quarta.. quantas a gente quiser, basta mudar o ângulo, reinventar o olhar, descobrir novas lentes, pingar colírio se preciso e retirar o cisco que teima em transformar o amor em miopia. 
O segredo é aprender a valorizar o que se tem antes que a vida ensine a valorizar o que se tinha.
Scarleth Menezes  

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Gentileza gera Gentileza!

 Inspirado em  Jan Rose Kasmir  

 Era uma vez dois reinos vizinhos cujos reis eram inimigos. Eles trocavam ofensas dia e noite, sempre que um falava o outro retrucava. Um dia as palavras cessaram e um dos reis decidiu atacar o outro reino com pedras, ele jogava pedra na porta do castelo o dia todo. Cansado de tanto barulho o rei decidiu chamar um sábio para aconselhá-lo e acabar com a situação. O sábio ordenou aos empregados que trouxessem vários sacos de rosas de todas as cores. 
   O rei ficou abismado com o pedido, mas autorizou afinal todo sábio tem uma dose de loucura. Logo depois o sábio ordenou que colocassem as rosas na porta do castelo e assim o fizeram. Quando amanheceu o dia começou a chuva de pedras, o rei vizinho e seus homens jogavam pedra atrás de pedra na porta do castelo. O sábio então organizou uma tropa com os homens mais fortes do reino e mandou que jogassem as rosas na mesma direção que vinha as pedras: 
   _ Para cada pedra, atirem duas rosas, mas tirem o espinho antes. Flores com espinhos vale como pedra lançada. 
E assim eles fizeram. Sempre que uma pedra era jogada eles lançavam duas rosas. Passou uma semana e nada, as pedras continuavam na mesma proporção. O rei foi reclamar com o sábio: 
   _ As rosas não adiantam, eles continuam jogando pedras e flores não machucam ninguém, disse o rei.
   _ Calma senhor rei, tenha paciência, tudo demanda um certo tempo, retrucou o sábio.
O rei não concordava com a estratégia, mas ninguém pensara em nada mais, então continuou o plano infalível do sábio. Um mês se passou e as pedras do reino ao lado começaram a acabar, eles não tiveram mais nenhuma alternativa a não ser começar a atirar as rosas que não machucavam. No final da guerra nenhuma pedra mais era atirada, apenas flores de ambos os lados, na verdade nem guerra havia mais. 

Moral da história: Trate com flores quem te joga pedras, uma hora as pedras acabam. Gentileza gera gentileza! 
Scarleth Menezes 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Volume Único


   O rótulo é uma das partes mais importantes na criação e apresentação de um produto. Nele contém todas as informações necessárias que precisamos para avaliar e decidir se devemos ou não consumir tal produto. Mas muita gente ainda não entendeu que o rótulo foi feito para as coisas e não para as pessoas. Aposto que como eu você ou alguém que você conheça já procurou livros mais finos, coloridos e mais "atraentes" nas prateleiras da biblioteca, Na contra- capa do livro já se pode perceber do que se trata o enredo, lendo a "orelha" já se sabe em qual categoria ele se encaixa: romance, terror, aventura, etc. Isso muitas vezes já é o suficiente para decidir se gostamos ou odiamos aquele livro, antes mesmo de mergulhar na história propriamente dita. É aquela famosa expressão "julgar o livro pela capa" mas isso nos faz perder a oportunidade de ler verdadeiras obras-primas por julgarmos a capa como mais sem gracinha, sem cor, sem estilo.
   As pessoas são rotuladas, pelo estilo, roupas, trejeitos e da mesma forma que o livro, perde-se a oportunidade de conhecer verdadeiras jóias pelo pré-julgamento. Já presenciei várias situações onde fulana não gostava de cicrana e maldizia a coitada pela aparência x ou y. "Fulana é periguete, olha o tamanho do short que ela usa, não serve para ser minha amiga". A diferença é que pessoas são livros com histórias ricas e inacabadas, volumes únicos que ficariam na mesma seção de uma biblioteca por terem em comum o mesmo autor. 
   Não julgue um livro pela capa, às vezes o colorido está nas ilustrações de dentro, a graça está no conteúdo e a beleza na alma. 


Scarleth Menezes  

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Vida: aquilo que acontece enquanto você está no celular

   

     Paty e Tatá saíram de férias, decidiram conhecer Caldas Novas em Goiás, o paraíso termal. Tatá ficou enlouquecida com as piscinas de ondas, os toboáguas gigantes e os parques temáticos, mas nada se comparou à comida do hotel, tipicamente goiana, arroz com pequi, frango ao molho com quiabo, pamonha, tudo estava uma delícia exceto a guariroba (azeda) que ela confundira com palmito ( típico engano dos turistas). Paty achou a comida normal, talvez porque o prato dela esfriara e perdera o melhor do sabor enquanto a conexão 3G carregava o Instagram, ela não comera nada antes de postar e relatara cada minuto da viagem em seu perfil do Snapchat. Tatá tirou pouquíssimas fotos, mas curtiu cada minuto. No show do Henrique e Juliano ela chorou lembrando do ex na hora da sofrência, entoou algumas como hinos de superação logo após e arrochou como se não houvesse o amanhã. Paty nem assistiu realmente ao show, ela viu tudo pela telinha de 5' do celular, nas melhores partes ela estava gravando áudios no WhatsApp "passando inveja" nos amigos (que cá pra nós, já estão cheios dessa postação toda) ou atualizando seu status do Facebook com a letra de alguma música e a hashtag #showmaravilhoso. 
   Na noite seguinte Tatá acordou com uma bela ressaca, mas Paty nem teve nada, apesar das inúmeras fotos oferecendo caipirinha para o grupo de amigas, ela não terminara nenhum copo, mas quem entrar em seu Twitter vai pensar o contrário ao ler sua última atualização: "O show teve ótimo, bebi todaaas e mais algumaaas #CaldasON". Enquanto Paty fazia caras e bocas para as selfies com seu biquíni novo, Tatá quase ganhou a competição de dança e chorou até a barriga doer da competição de humor do Hotel- clube. Paty não ria muito, ela perdeu a maioria dos finais editando suas fotos "naturais como a luz do dia" no Facetune e não entendeu nenhuma piada.
     Tatá voltou para casa encantada com a terra sertaneja, com múltiplas histórias para contar ela está logo ali na sorveteria com seus  amigos, que são poucos, mas verdadeiros. Eles são o grupo que riem alto como loucos, na mesma mesa que Paty, aquela ali no canto, com o sorvete derretendo enquanto posta " #sorvete #comamigos"para os seus "amigos" e seguidores,não sei quantos k ela tem hoje, mas a maioria ela nem conhece. 
Existem dois tipos de pessoas, as que existem com seus K e as que vivem rodeadas dos seus kkk'. E dois tipos de memórias, as que ficam gravadas no celular e/ou cartão de memória e as que ficam guardadas na mente e/ou coração. Que me desculpe os amantes de posts, selfies e redes sociais, mas os melhores momentos ainda acontecem com a câmera desligada. 

Scarleth Menezes

domingo, 24 de janeiro de 2016

Se dirigir, me leia!



    Olá eu me chamo Larinha, já sou velha, tenho uma mão inteira de anos e moro com meus pais. Estou aqui para te fazer um pedido, a vovó me ensinou que os pedidos de coração sempre se realizam. Calma, não é nenhuma boneca ou ursinho de pelúcia caros, eu só quero a minha mamãe de volta. É que ela foi viajar de férias e eu estou com muuuita saudade dela. Eu escutei o vovô dizendo hoje cedo que a mamãe vai voltar de surpresa amanhã pra me colocar para nanar como ela faz todos os domingos, eu fiquei tão feliz e fiz esse desenho pra ela, é ela, a árvore da casa da vovó e o gato da vovó.  Mas aí quando eu liguei a TV, o moço do jornal falou que a estrada está muito perigosa, que os titios grandes estão voltando com pressa para suas casas e isso está causando muitas batidas, igual no brinquedo do parquinho. Por isso eu peço com todo o meu coração que amanhã quando você for voltar para casa, não volte com pressa e também não beba, pode ser que você passe pela mesma estrada que a minha mamãe e eu não quero que ela fique dodói, por favorzinho não machuca a minha mamãe, ela é a princesa minha e do papai. Sabe, eu vou fingir que estou dormindo e vou dar um sustão nela quando ela chegar, ela adora quando eu faço isso e me enche de "cosquinhas". Mas não conta para ninguém tá? Shiiuu! É segredo!
    Eu sei que às vezes da vontade de cortar aqueles caminhões lentos, a vovó falou que o titio passou um e virou uma estrelinha bem brilhante no céu, mas o céu já tem tanta estrelinha, não precisa da mamãe também. Eu preciso! E preciso que você deixe ela voltar bem para eu poder encher ela de beijinhos e falar que eu amo muitooo ela, um tantãaaozão assim óh. Então promete que não vai correr. Jura juradinho que não vai beber?! Então ta bom, foi promessa de dedinho e a mamãe falou assim que promessa de dedinho não pode mentir.

Scarleth Menezes

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Visão embaçada


 
    Não me olhe assim, eu não vou te roubar. Posso enxergar o medo em seus olhos, o medo de uma sociedade hipócrita, levada por esteriótipos. Mas sabe, eu também era assim, parava no sinal e subia o vidro escuro com insulfilme achando que isso ia me proteger da violência do mundo lá fora. Mas hoje parceiro, eu estou aqui a trabalho, após ser roubado por um homem muito bem vestido ao qual você jamais desviaria na rua, um verdadeiro bandido que chamava de sócio. Que ironia não?!
   Agora você teme a mim, pois estou aqui na sua frente, um maltrapilho, despenteado, no sinal limpando pára-brisas em troca de umas moedas. Meu currículo está espalhado pela cidade, mas não dá para ficar sentado esperando alguma oportunidade cair do céu, as contas não param de chegar porque alguém te sacaneou, infelizmente a vida não para até que você consiga volta a ficar de pé, é preciso ir engatinhando como der até que um dia a sorte volta a sorrir e você volta a andar. Mas pensando bem essa situação foi necessária, só assim eu comecei a enxergar as pessoas além do retrovisor. 
   A vida é como a velha dança das cadeiras, uma hora você senta e quando menos espera você sobra, se pega ali em pé, aí você escolhe, ou senta no chão ou sai da dança. Eu preferi o chão, tenho novos colegas de trabalho que antes eram invisíveis aos meus olhos mesquinhos. Sabia que por trás de cada pano e rodo desse tem uma história de luta?! Eu não sabia, sequer imaginava, para mim era tudo vagabundo, ladrão, preguiçoso. Claro que tem mesmo os ladrões, mas garanto que ainda tem muita gente boa e batalhadora no mundo. Tudo que eles precisam é de uma oportunidade. Pasme você, mas a maioria aqui é estudado, tem uns dois formados que vendem água e suco debaixo do sol escaldante para completar a renda. Não tá mesmo fácil para ninguém. 
    Eu sei que as circunstâncias obrigam o surgimento desses olhares, "melhor prevenir que remediar", já dizia minha vó. Mas dói, machuca ver esses heróis do dia a dia sendo tratados como vagabundos. Mas vai com Deus, o sinal já vai abrir, que Deus te proteja dos verdadeiros canalhas, eles não tem cara, caráter ou coração, fico grato pela sua singela colaboração. Volte quando puder, amigo. Tô sempre por aqui. Espero ter limpado bem seu vidro e desembaçado a sua visão. 
Scarleth Menezes

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Eu consegui!


    Hoje é o terceiro dia mais feliz da vida de Paula. O primeiro fora sem dúvida o dia do nascimento da pequena Sophia, por quem ela vive desde então. O segundo?! O dia em que ela voltou a viver e percebeu que não importa o que fizesse sempre haveria alguém para criticar e tentar fazê-la desistir. Então ela ignorou as vozes que a colocavam para baixo e mudou de cidade. Lá ela começou a estudar todos os dias, fez um plano semanal e quando não entendia corria para as vídeo aulas do Youtube, por um instante ela se arrependeu de ter abandonado os estudos, mas ali não há tempo para lamentações, apenas para ações e ela sabia bem que seu sonho não era um dos mais fáceis de conquistar, e foi justamente por isso que ela escolheu morar na Cidade do (im)possível. Lá fica pouquíssimas pessoas, a vizinhança é mais selecionada e tem bem menos concorrência. Na verdade qualquer um poderia morar ali, mas a vida é notoriamente mais fácil na Cidade do possível e ela precisava de esforço em dobro se quisesse permanecer ali. Foi lá que a pequena Sophia viu (re)nascer uma grande mulher que hoje tem seu nome escrito na lista dos vencedores:
     _Consegui! Medicina! Nota máxima em redação. Nada mal para uma quarentona né?! 
    A cidade do possível está alvoroçada com a notícia, "Para que ela quer mexer com faculdade a essa altura da vida?" ," Ela está tirando a vaga de uma jovem mais adequada ao cargo" , "Ela vai formar já na idade de se aposentar", eles dizem, mas Paula já não liga mais, ela sabe que provavelmente será a mais "experiente" da turma, mas sonho não tem isso de idade, a adequação para a conquista é apenas busca, luta e ela tem se tornado faixa preta no esforço. Agora Paula está ansiosa como uma adolescente, seu sonho de infância está prestes a se tornar realidade e ela sabe que logo vai chegar seu quarto dia mais feliz, o dia da sua formatura como médica, mas antes disso ela tem muito trabalho pela frente. Afinal, não dizem que a vida (re)começa aos quarenta?!
Scarleth Menezes 


Homenagem do Mais um Texto a todos os guerreiros e guerreiras, moradores da Cidade do (im)possível que passaram no vestibular e/ou provam todos os dias que a conquista não tem limitações e o sucesso não tem idade.

sábado, 16 de janeiro de 2016

̶ ̶S̶e̶p̶a̶r̶a̶ç̶ã̶o̶ ̶ Superação





Quando você se foi
levou consigo a beleza 
deixou comigo a tristeza
dias sem sol
noites sem luar

Chorei copiosamente
as lágrimas caiam 
tórridas, sem parar
Será que ninguém me entende?!
O que faço pra você voltar?

Quando você se foi
eu fiquei sem chão
todo aquele amor
virou solidão
parou o mundo, a vida 
e o meu coração

As horas passaram
nos dias sem fim
o sol clareou e
o pranto cessou 
me esqueci de você
lembrei-me de mim

Sua separação,
minha superação.

A lua brilhante
fez uma estrela surgir
Te perdi, me encontrei
renasci, superei, levantei.
só ficou a lembrança
(re)comecei a sorrir


Scarleth Menezes

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

(Des)encontros


       Ana e Fred se conheceram há pouco mais de dois anos. Todos dizem que eles foram feitos um para o outro. E eles realmente eram. Antes eles eram mesmo como arroz e feijão, macarrão e molho ao sugo, bife e batata frita, enfim, o par perfeito. Mas agora Ana não é mais aquela garotinha ingênua que sonhava em se casar na mesma igreja em que seus pais. Não agora que descobrira que o pivô da separação foi a belíssima secretária ( e amante há cinco anos) de seu pai, talvez ela nem mais acredite em casamentos felizes e o Nerd tímido do Fred tem se revelado o cara mais popular do curso de ciências da computação, desde que ela o ensinara a tocar violão. O tempo veio e o inevitável aconteceu, a mudança. Eles não estão melhor nem pior, apenas diferentes. 
      Não que eles não se amem mais, ou não se admirem, mas as ideias já não combinam tanto. Ana quer mar e Fred a sombra da praia. Fred quer se mudar para o exterior e ganhar o mundo enquanto Ana não consegue se ver longe da sua amada cidadezinha pacata. Ambos perceberam que o tempo passou e o prazo de validade venceu. Não é fácil aceitar que as mesmas características que te atraíram em alguém hoje te incomodam a ponto de te afastar. Chegou a hora mais difícil do amor, a separação. Eles escolheram assim, em uma tentativa de evitar possíveis desgastes (des)necessários, brigas e culminar em ódio ou inimizade. Há quem diga que eles estão desistindo do amor sem lutar. Mas para Ana esse é o chamado "mal necessário", ela insiste que prefere lembrar de seu amor como um capítulo bom e querido em sua história antes que ele vire o vilão protagonista das suas ligações intermináveis com a melhor amiga. Surpreendentemente, nisso Fred concorda. 
     Lágrimas correm nas faces e abraços sem fim entre os pombinhos que precisam voar para outros ninhos nesse momento. Mas por que? Se não houve traição ou algo do tipo?! Simples. Porque a vida (real) tem dessas coisas. Muitas vezes precisa-se abrir mão do outro, fazer a Olx e desapegar, isso também é um ato de amor. Quando se ama de verdade, preza-se principalmente a felicidade desse alguém. Fred e Ana ainda não estão maduros o suficiente para abrirem mão de seus sonhos e ideais sem cobranças futuras. Chegou a hora de cada um seguir o seu caminho, escreverem mais capítulos de suas histórias, agora separados. Não fora perda de tempo, nada é. Ana sempre levará uma parte de Fred, as barras que eles seguraram juntos, as risadas sem motivo no sofá da sala, assim como ele lembrará das lições que aprendera com ela. O que acontecerá no futuro? Na verdade, não tem como saber. Talvez Ana prove outros molhos de macarrão e descubra que o bife também fique bom com purê de batata, ou ao provar diferentes sabores eles compreendam porque justamente esses são sempre lembrados como a combinação perfeita. Pode ser que em meio aos outros (des)encontros eles se reencontrem e realmente se encontrem quando e/ou se os caminhos se (re)estreitarem algum dia. Mas por ora, Fred e Ana são gratos, por Deus e pela vida, por terem tido um dia a sorte de se encontrarem e viverem o tudo que viveram juntos, Fred sempre terá inveja do homem ao lado de Ana em seu íntimo e ela deseja que ele encontre alguém que o faça o cara mais feliz do mundo, mas torce para que a sortuda ainda seja ela. Afinal, no quesito amor, todo ponto que não seja final, vira reticências. 
     Se nessa história eles terminarão juntos só Deus e o tempo dirão, mas eles sempre se lembrarão como um "e foram felizes".
Scarleth Menezes     

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Ao meu amor


Se um dia você pensar em me deixar
Pensa mais um pouco
lembra daquele amor louco
dos momentos que passamos
das batalhas que enfrentamos
pra gente poder se amar.
Se um dia você pensar em me deixar
então pensa de novo
não liga pra esse povo
essa gente intrometida
que parece nem ter vida
e só sabe falar e falar.
Mas se acaso você pensar em me deixar
Volte duas casas
não corte minhas asas
que você mesmo deu
cumpra o que me prometeu
"Que nunca iria me deixar"
E se ainda assim quiser me deixar
Vai deixando aos pouquinhos
vai saindo de fininho
me deixando de mansinho
saia bem devagarinho 
                 pra eu poder me acostumar.                            
                                               Scarleth Menezes                          

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Ela não está tão afim de você...


      Sabe essa mulher que não te cobra nada, não te liga para saber detalhes do seu dia, não questiona seus gostos, não implica com nenhum dos seus amigos, não liga em não estar com você em um sábado a noite e não sente ciumes de NADA nem ninguém?! Sinto muito informar, mas ela não é a mulher perfeita. Ela só não está tão afim de você. Provavelmente ela até tenha outro na mente, ou no coração. Alguém que a faria agir como uma verdadeira MULHER.
   Mulher quando gosta de verdade tem fome da presença e sede do carinho. Não é chatisse, é necessidade! É claro que tem as exceções, mas a maioria delas quando ama, se entrega verdadeiramente, ama intensamente. Mulher não é um ser carente e não faz isso a qualquer um, então se sinta agradecido se ela quer mantê-lo sempre ao seu lado. Se você se desarmar e  permitir vai entender que ganhou uma ótima companhia para o jogo da seleção, para dividir aquela gelada e no intervalo você nem vai mais notar a falta daquele amigo (se é que me entende). Não que você não terá mais amigos e ela vai monopolizar sua vida (isso é balela), mas ela pode ser seu amigo confidente mais especial. Com o tempo você vai ver que o Bombril e suas 1001 utilidades não é nada perto dela e a beleza que te atraiu é apenas a menor de suas façanhas. 
Mulher não é louca, ciumenta, maluca! (não confunda mulher com garota ou menina). Sejamos sinceros, ninguém desconfia de algo do NADA, sem motivo algum, e se ela um dia perguntar algo, NÃO MINTA!  Pois provavelmente já sabe a resposta e mulher quando desconfia, meu amigo, faz uma investigação para FBI nenhum botar defeito. 
    Na verdade, mulher é mais simples que se imagina, basta ser verdadeiro e se dar conta que na sua matemática valor = amor.  Você terá uma amiga, amante, companheira para vida toda, basta (re)conquistá -la todos os dias. É uma troca de afetos, sentimentos, cuidados, carinho, proteção, como um espelho com o reflexo das suas ações, então não brinque com ela, mesmo que sem intenção, mulher não é boneca!( mesmo que pareça uma) e não há jogo que ela não domine as regras. 
Mas se algum dia você pensar em vacilar, conte até mil, multiplique por três.. Porque uma mulher só vai entregar o coração a você, uma única vez. Ela pode até embarcar na sua ilusão algumas vezes, mas quando ela pular do trem, meu amigo, só vai restar o fim da linha e você vai se dar conta que aquela de antes, desapegada, aquela só não estava muito afim,  nem era tão perfeita assim e que você preferia aquela linda, chata, (in)segura, (im)perfeita e original, uma legítima MULHER. 
Scarleth Menezes   

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Desabafo de segunda!


Caro Senhor Ano Dois Mil e Dezesseis

Hoje foi um dia decisivo para mim. Mal cheguei à minha sala e antes mesmo que batesse o ponto, encontrei milhares de postagens no Instagram com imagens altamente ofensivas reclamando da minha pessoa, como se já não bastasse os infinitos status no Facebook ontem implorando para que eu não viesse ou me atrasasse. Acredita que já fizeram até comunidade para me esculachar no finado Orkut?! (RIP)
Para mim chega. Converse com outro e escolha um substituto para o meu cargo tão sofrido ou mostre a essa gente que eu não sou assim tão ruim. Eles me ODEIAM. Poxa, logo eu que sou responsável pelos melhores contratos dessa companhia e geralmente a única que cuida dos projetos, porque a maioria só decide iniciar algo novo no meu dia de expediente.Sobra sempre tudo para mim, TUDO. Será que só tem eu de funcionária nessa folhinha?? Tem de tudo um pouquinho, de pessoas querendo emagrecer a largar vícios como fumar e beber. Eu cadastro os novos projetos, revejo os velhos, faço a abertura do expediente e trato dos clientes mais ranzinzas, a maioria chega aqui caindo de sono ou mal humorados. Haja paciência!
Por isso eu cansei. Chega! Esse cargo inicialmente nem era meu, o meu dia de trabalho era para ser o segundo do expediente, mas não o "sagrado" Domingos foi promovido de seção e quem teve que carregar o fardo?! EUZINHA, a segunda contratada, isso não é justo! Peça à Terceira, aquela inútil que só confere os contratos e atende os atrasadinhos, a Quarta, aquela azinha que só fica aqui matando o tempo e atendendo ao telefone, ou a Quinta, aquela estagiariazinha que só ajuda a Sexta, já que a miss simpatia está sempre ocupadíssima planejando festas e reuniões, para assumirem minhas funções. Aff,  ela sim que é feliz, as pessoas contam as horas e minutos pela presença dela e a chamam de " a salvação" dessa firma. Eu faço tudo e ela ganha o prêmio de funcionária do Mês. Por falar nisso, dê lembranças ao Mês por mim, ele foi o melhor chefe de seção que já tive. Sério, eu sou tudo, menos obrigada! Me demito!
Foi bom enquanto durou. Estou deixando a Semana Ltda. definitivamente, com muito pesar, Mas não posso, não consigo mais viver assim. Adeus! 
  Sinceramente , Segunda Feira     



domingo, 10 de janeiro de 2016

E se eu falar de amor?


E se eu falar de amor
Que nome te vem à cabeça?

Essa pessoa abre e fecha seus dias
e insiste em reinar em seus pensamentos
Você provavelmente vai falar
muito esse nome ainda e a qualquer momento
ele vai deixar de ser um simples nome 
e se tornará o motivo da sua alegria 
da paixão, o codinome
da saudade, o tormento
das brigas, o lamento
  das pazes, instantes
È que o danado do amor
tem mesmo essas coisas inconstantes

Enquanto pensava nele
borboletas saíram e fizeram festa 
escapou sem querer
e o que lhe resta?!
aquele sorriso bobo
com a lembrança do primeiro beijo
Agora já se fazem presentes os planos futuros
E ele é seu número perfeito
se encaixa perfeitamente ao seu jeito
tanto quanto seu nome
em união ao seu sobrenome 

Hoje esse nome
é mero substantivo
amanhã adjetivo,
vocativo e onomatopéia,
primeiro o tique-taque do relõgio
depois quando você menos espera
ele se torna imprescindível
aquele ser inesquecível
o tum, tum, tum do seu coração
a frequência que faz
com que o bem permaneça.

E se eu falar de amor
Que nome te vem à cabeça?


Scarleth Menezes              


sábado, 9 de janeiro de 2016

Carta para Deus


Queria fazer um texto para Ti, um texto que pudesse chamar Tua atenção, um texto que pudesse traduzir em palavras minha gratidão.

Pensei em usar o latim para agradecer Teu amor, ou o grego para enfatizar Tua bondade, quem sabe o mandarim expressaria com excelência Tua compaixão, o inglês Tua dedicação diária para conosco, mas não foi suficiente.
O francês pareceu ser uma boa escolha para retratar o quanto Tu és especial em minha vida, o japonês não conseguiu demonstrar a felicidade que sinto em saber que Tu estás comigo em todo o tempo e o russo tampouco foi suficiente para expressar minha gratidão por tudo o que fazes, mesmo sem que eu mereça. Tentei então o sueco, mas não bastou para declarar o quanto me sinto honrada por poder ser chamada “filha”, o finlandês não teve palavras o suficiente para narrar o quão importante és para mim. Quiçá o espanhol conseguiu transcrever o quão és justo e poderoso, o coreano Tua lealdade ou o alemão Tua magnitude e nobreza incontestável que tanto me constrange.
O egípcio parecia perfeito para te deixar orgulhoso e atrair o Teu olhar, mas de nada adiantou, talvez o italiano retratasse com maestria o quão sou grata pela Tua paciência e proteção, mas nenhuma língua parece ser adequada para te fazer sentir querido como eu quero. Nem mesmo o holandês faz jus ao imenso respeito que tenho por Ti, por mais que tente, nada alcançaria Tua infinita sabedoria. Pode ser que o Tum, Tum, Tum do meu coração traduza as palavras certas e te conte o quão és único e meu sentimento é verdadeiro, mas não importa qual língua ou dialeto eu escolha, pois nem mesmo o xiang, ou qualquer ABC – de A a Z - pôde descrever, Soberano Deus e Senhor, o tamanho da minha gratidão e amor.

Scarleth Menezes   

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Just Dance!


   
   Hoje eu só vim aqui para dançar. Sabe aquele casal ali no canto?! Aquele com a menina de corpo perfeito e o rapaz de topete sorrindo para a foto?! Eu também já fui assim. Já vivi de aparências, já achei que precisava de alguém para me prenncher, tive medo de buscar o melhor e fiquei me contentando com o bom . Já amei alguém além de mim e acreditei em tudo que me diziam. Já dei ouvidos às críticas que me derrubaram e ignorei elogios construtivos. Desperdicei noites em baladas por achar que ficar em casa no sãbado é algo inadimissível. já comprei roupas caras para impressionar, gastei preciosas horas me pintando do que a sociedade esperava de mim e depois bebi até cair achando que só chegaria ao ápice da diversão sob o efeito do álcool.

  Agora vê aquela menina ali no canto, deslocada, de longe dá  para ver que ela só está aqui pelas amigas. Também já fiz isso, já fui gótica, rockeira, pagodeira, tudo para acompanhar a turma, para fazer parte de algo que eu nunca fui, que hoje eu sei que nunca serei. Eu sou uma pessoa normal, sabe. Já mandei indiretas no status do Facebook para ex-namorado, postei letras de músicas como recado enrustido e cheguei até a ponto de me arrumar só para postar uma foto e o boy achar que eu superei, com direito a hashtag #solteiranabalada no Instagram. Depois tirei tudo e fui dormir (adolescente faz cada coisa). Hoje eu não sou mais "a namorada", "a peguete", "a melhor amiga","a mais popular", "a CDF" da escola, "a mais top da balada", "a miss do bairro",, NADA DISSO. Agora eu sou apenas EU, sem rótulos, sem limitações. Fiz as pazes comigo mesma, ainda não cheguei no melhor que eu poderia ser, mas um dia eu chego lá . Tentei tanto ser definida por algo e alguém e me encontrei como sujeito indefinido (irônico, não!?). Eu me preenchi de mim mesma e quero alguém que apenas me transborde. Uma hora pinta, até lá eu me pinto. Não só com maquiagem, mas com amor-próprio. Não tem como amar alguém sem se amar primeiro. Para você tá bom assim?! Ah, não importa, para mim tá ótimo, aliás tá perfeito. O problema nunca foi a balada ou o mundo. Era só o mEU sujeito que estava oculto nas orAÇÕES que eu tentava me subordinar. 
     Agora aumenta o som porque eu vim aqui só para dançar e essa é uma das minhas músicas...

Scarleth Menezes   

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A nova "velha infância"

     


         Cicrano, é filho de Fulano e neto da Dona Chica, aquela que admirou-se com o berro que o gato deu. Aliás, foi Fulano quando criança que atirou o pau no gato, essa foi apenas uma de suas inúmeras peraltices. Fulano passava o ano contando os dias para a chegada das férias, passar o dia jogando bola na rua, empinando pipa com os amigos, a meninada toda em peso,descendo a ladeira no carrinho de rolimã, batendo os tacos da beti, que mais tarde virava espada do guerreiro, o remo do barco do pirata, etc. Infinitas aventuras desbravadas todos os dias pelo Fulaninho, que atirava o pau no gato para que ele subisse na árvore para que o Super Fulano pudesse entrar em ação e salvar o dia mais uma vez.  A brincadeira só acabava quando a Dona Chica berrava mais alto que o próprio gato e ameaçava castigá-lo "JÁ PRA DENTRO MENINO" ela ensurdecia a vizinhança já com o chinelo na mão. Fulano entrava ligeiro, corria com os pés sujos de barro, não podia correr o risco de ficar de castigo, "um mês inteirinho em casa" ,só de pensar a ideia já causava-lhe arrepios.
         Cicrano puxou ao pai, passa as férias salvando princesas, matando dragões, escalando prédios e encarando super vilões, jogando futebol e nas melhores seleções, tudo sem sair de casa, em frente ao vídeo-game, sua única arma para encarar os piratas é o controle, ali ele passa o dia todo e se deixar nem come, tomar banho?! Para quê? ficar o dia inteiro sentado no sofá nunca sujou ninguém. Fulano não entende como uma pequena caixinha pode substituir a imensidão das ruas e insiste que a tecnologia restringe a imaginação. "Quanta bobagem" pensa Cicrano quando o pai relata sua velha infância, "pra que usar uma caixa como carro ou avião, quando tenho esse emulador 3D da hora!?" 
ele defende. A aventura só chega ao fim quando sua mãe Beltrana desconecta a fonte de imaginação da tomada., mal sabe ela, que tudo continuará na tela do celular.
        Logo o pai se cala e fica nostálgico com suas recordações, não que não houvesse video- game em sua época, até tinha, mas a tecnologia logo se calava diante do barulho dos outros meninos rindo e se divertindo lá fora.
        Fulano mal pode esperar pelas próximas férias, eles vão visitar a velha Dona Chica na Bahia (sempre desconfiei que ela fosse baiana), "um mês inteirinho na praia" ele sonha ao lembrar da antiga casa de praia onde protagonizou as melhores aventuras submarinas. Cicrano já torceu o nariz desde já  "o que fazer em um mês inteirinho sem video-game e wifi?!" 


Scarleth Menezes  

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Sim ou Não?! Eis a questão!


       Daniel acordou eufórico, a ansiedade fazia seu peito pular de apreensão diante daquela que ele escolhera para companheira de vida, "sim, sim, eu me caso com você" disse Bruna aos pulos e sorrisos. Agora Daniel se sentia completo, o anel de diamantes brilhava mais que seu troféu de profissional do ano, ao lado de seu diploma de Ciências da Computação na escrivaninha. " sou o homem mais feliz do mundo" ele gritava ao entrar no seu carrão que logo deixava uma das mais belas mansões da Pampulha. Sua popularidade era algo invejável, amado por muitos e respeitado por todos, ele protagonizava todas as conversas da firma. A vida de Daniel era o que muitos denominariam "perfeita", uma promoção o esperava no escritório enquanto sua mâe, orgulhosa, escolhia o mais luxuoso flat do centro de Belo Horizonte para presentear os pombinhos.
       Tudo seguia na mais perfeita harmonia até que um dia Daniel conheceu Lucas, o novo funcionário da firma, rapaz novo, divertido que logo ganhou sua confiança e amizade. Amizade essa que ultrapassou o ambiente profissional e mudou sua vida completamente. Acontece que a dupla dinâmica assumiu a campanha mais desafiadora da temporada, trabalhavam noite adentro, sem descanso, cumprir o prazo era preciso. Daniel estava cada vez mais cansado e menos disposto enquanto Lucas parecia ter recarregado as baterias constantemente, No terceiro dia de cerão Daniel se viu diante do carregador de Lucas. Parecia inofensivo, "só um pouco não fará mal algum" pensou Daniel e se aventurou no caminho sem saída. .
      Daniel acordou eufórico, a ansiedade fazia seu peito pular de apreensão diante daquela que ele agora escolhera para companheira de vida, a cocaína,sua mais nova amante. O projeto acabou, o vício continuou.
       Passado um mês, ele se viu amarrado à falsa fonte de energia, de "só uma" em "só uma" ele já perdera a força, não conseguia mais parar. Tudo era vãlido para conquistar mais carga, a bateria ficava cada vez mais viciada, o que fazia com que ele descarregasse cada vez mais rápido. Daniel começou a roubar. Primeiro foi a mansão de sua mãe, depois o luxuoso flat ainda intocado. O noivado foi desfeito quando ele roubou o anel de sua noiva para saciar a que agora era sua esposa. Sua mãe fugiu com medo para o interior logo após ele ser demitido por justa causa.
       Daniel acordou eufórico e se viu sozinho, sem casa, sem amigos, sem lar. Decidiu morar na Praça Sete junto aos outros mendigos e usuários onde foi esfaqueado e levado sem identificação para o Hospital João XXIII, outra briga por drogas. Por pouco o golpe não atingiu o coração, mas o dano aos demais orgãos vitais como o pulmão, o classificaram "estado gravíssimo".  A droga entrou pela porta, a vida escapou pela janela. O indigente não resistiu. Daniel não mais acordou.

Essa é a história (real) de Daniel, mas poderia ser de Pedro, João, Maria, Marcelo e até Sofia, qualquer um que tenha sua vida transformada por apenas uma escolha, o sim ou não às drogas.

Scarleth Menezes   

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

A culpa é das cores


     Hoje em dia se você entrar numa loja de brinquedos procurando um presente para uma criança, a primeira pergunta que eles fazem é "menino ou menina?" e logo após perguntam a idade.
Se você responder menino é levado à seção masculina com bolas, carros, caminhões, bonecos de ação, a maioria azul, verde ou no máximo amarelo. Se você responder menina, eles te levam ao reino feminino cheio de bonecas, ursos de pelúcia, barbies. casas, e utensílios feitos para as pequenas: panelas, ferros de passar, tudo nas cores rosa, lilás, azul claro ou amarelo.
     Se você precisa algo da sessão de esportes dificilmente achará algo direcionado ao público infantil feminino, até os jogos são separados por sexo. Temos o quebra-cabeça da Barbie ou do Hot Wheels, não poderia ser apenas um quebra cabeças? Por que uma menina não teria prazer ao montar um quebra cabeças de um carro antigo famoso? Por que um menino não pode brincar com as panelinhas?! E se ele sonha em ser um chef de cozinha?!
     Por que insistimos em rotular e separar os brinquedos e brincadeiras por sexo, o menino é matriculado no futebol e a menina no balé, e depois exigimos que o homem entenda a igualdade com sua parceira. Na escola a professora direciona as cores com que devem colorir a roupa dos personagens do livro: "Azul, verde ou amarelo para o menino e vermelho, rosa ou amarelo para a menina", ela diz impetuosa. A culpa não é dela, ela foi ensinada assim e acredita que a atividade lúdica no recreio basta para uma sociedade mais humana e igualitária. Ledo engano!
    A mesma mulher que luta arduamente pela igualdade no ambiente profissional, em casa contribui para mais uma geração sexista. O menino não tem que ser jogador de futebol e a menina bailarina, eles tem o direito de ser quem querem ser. O azul não é uma cor masculina, é a cor do céu. O rosa é apenas uma mistura de vermelho com branco e todos temos o sangue vermelho. Não é a cor da roupa que indica o sexo, a cor do enxoval do bebê não influencia suas escolhas quando adulto. Um homem não deveria se sentir mais ou menos homem por vestir rosa ou lilás sem se sentirem incomodados, afinal a cor não tem nenhum significado.

O culpado não é só o homem que é machista, ou a mulher que é feminista, mas a sociedade que infelizmente ainda está alienada.

Quem deve cozinhar? Quem tem fome. Quem deve lavar a louça? Quem sujou. Quem deveria limpar a casa? Quem mora na casa. Quem deve cuidar dos filhos? Quem está com o tempo livre. Quem vai trocar o pneu? Quem estava dirigindo. Simples assim.

     O pote de ouro só sera encontrado quando percebermos que o arco íris está além das cores, e o caráter além do sexo. Será que para atingirmos a igualdade, teremos de pintar todo o mundo de amarelo??

Scarleth Menezes 

sábado, 2 de janeiro de 2016

Dieta, já!!!


      Acabou o ano, e eu sei que você não resistiu ao Natal, Reveillon e quer estar com tudo nesse verão. Para que deixar para segunda-feira?! Esqueça as desculpinhas e comece hoje mesmo a correr atrás do tempo perdido.

       A Dieta da felicidade é simples, fácil, sem contra-indicações, com resultados instantâneos e qualquer um pode aderir, não tem restrição de idade, sexo e foi minuciosamente criada para atender a todos. A palavra chave aqui vai ser troca, é preciso trocar os hábitos se o objetivo é uma vida mais saudável.

Pronto?! Então vamos lá.

      Primeiro abandone todos os pensamentos negativos, sentimentos de culpa, se esvazie de toda a mágoa do passado e lembre-se que essa dieta não é para uma semana ou um mês, mas para o resto da vida. Não se trata de uma dieta milagrosa, mas de reeducação de estilo de vida.
Ela poderá ser incorporada aos poucos, nas principais refeições,  preparei 2 cardápios para você (com direito a dia do lixo) cole na geladeira, siga  e transforme sua vida.



Importante: Essa dieta não permite de forma nenhuma o consumo de alimentos como: mal humor, críticas, pessimismo, ódio, raiva discussão, lágrimas e principalmente tristeza.



E não esqueça: Beba muita gratidão, ao menos 3L ao dia. Ela é essencial para conquistar a felicidade dos seus sonhos!!!

Scarleth Menezes  

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Bem Vindo 2016..


       E chegou o tão esperado ano novo, seja bem vindo 2016, vem com tudo. Agora é a hora de passar os próximos meses errando a data no caderno, começar a cumprir as famosas promessas ou quem sabe até repensá-las. Que tal no lugar de trocar de carro, trocar de atitudes? Em vez de pedir paz e amor, ser o amor e fazer a paz acontecer? Desejar coisas possíveis de alcançar é fácil, se permita agora conquistar o impossível - fiquei sabendo que lá tem pouquíssima concorrência.
       E se você acordasse hoje e só tivesse a sua volta o que agradeceu no ano passado? Sabe aquele patrão insuportável, aquele emprego que você disse não mais suportar? Aquela mãe ou pai chatos que não te deixa sair, que não te entende? Não tem mais transporte público, nada, tudo sumiu. Se você lembrou de agradecer seus amigos que não te abandonam nos momentos mais difíceis, provavelmente eles ainda estão lá, caso contrário, se foram também.
       E aí o que te acompanhou para 2016? Quem você encontrará quando acordar? Quando você vai acordar?
       Ontem saiu o grande premio da loteria, quase trezentos milhões acumulados. Mas hoje inicia outra, a loteria da vida, onde sai um premio a cada instante, a qualquer segundo você poderá ser contemplado. São 366 dias acumulado em milhões de sentimentos e sensações cujo prêmio máximo é a felicidade. Mas não se esqueça que na mega sena, só ganha quem joga e na loteria da vida, só ganha quem vive, quem vive de verdade e permanece vivo.
Scarleth Menezes  

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